A Escola Pitagórica tinha uma predileção pela investigação do caráter dos números, uma vez que para seus adeptos eles constituíam a essência de tudo.
Do estudo destas áreas surgiu a teoria da harmonia das esferas, segundo a qual todo o Universo é governado por interações matemáticas.
Como Eles ainda não tinham conhecimento suficiente, nesta época, para diferenciar formas, leis, matérias e a substância dos objetos, concluíram que o número era a ponte entre os elementos.
Mas para Pitágoras, como tudo era preenchido pelos números, só estes poderiam libertar a alma da sucessão de reencarnações, o que exigiria do homem um empenho puramente intelectual para atingir o arcabouço numérico de tudo que existe , e assim, por extensão, a harmonia integral da alma.
O universo não seria formado por números em si, mas sim pelos valores expressos por eles.
Por isso a grande novidade introduzida na religiosidade na sua época, foi a teoria de que o processo de liberação da alma, dependeria de um esforço “puramente humano”, basicamente intelectual e não da vontade dos Deuses, como se acreditava, ou seja, o autoconhecimento reforçaria as bases para o homem evoluir no seu tempo.
OS VERSOS DE OURO DE PITÁGORAS por Lysis, seu Discípulo
Homem! Conhecendo-te a ti, senhor do teu direito,
Vibrará sem paixões, teu coração no peito.
Verás que são frutos próprio do homem
A mágoa que o atormenta e os males que o consomem
Porque a origem do gozo, a fonte da ventura
Que, em si mesmo possuis – além de si, procura.
Assim os homens vão, desnorteados, cegos...
Deuses, quisésseis vós valer-lhes de onde estais!
Discerne por ti mesmo o bem e o mal.
Conforto e auxílio te dará a natureza exemplar
Homem sábio e feliz, o entressonhado porto,
Se cumprires as minhas leis, um dia alcançarás...
Evita o que perturba a mente e a alma esmaga
Aprimora a razão, esmeras os valores teus,
E transpondo, enfim, a refulgente plaga,
Tu, entre os mortais, serás também um Deus!
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